E Um Filme Pra Ilustrar
Por: William Fernandes
Foi baseado em amigos que trago atrelados a mim de tempos
que remetem pré-adolescência e outros há algumas décadas – todos participando
ativamente em minha vida: se intrometendo, vasculhando, mudando os cursos e
dando palpite/sentido – decidi compartilhar essas dicas, pois funcionam muito
bem com a gente:
1 – SEJA LEAL:
É essa a razão de
termos amigos: Só você pode falar e criticar seu amigo pra ele mesmo. Seja
intolerante com a maledicência, mesmo quando verdadeira. Cale a boca do outro e a sua sobre o assunto. Diga: “Olha, fulano é um grande amigo meu e
preferiria não falar dele quando ele não está presente”.
Erro: Achar que dar trela a conversa fiada é uma forma de
defender o amigo.
2 – ACEITE A BUSCA
POR AFINIDADES:
Não caia na armadilha da insegurança imatura:
“Não preciso ser como ele .... quer mudar quem eu sou?” Ser amigo é receber e
doar. É transformar um ao outro, é a semiótica dos desejos. O que
causa a união de amigos saudáveis são as identificações e decifração de seus
códigos e símbolos comuns; então é
natural que um espere do outro uma semelhança de opinião e de pensar. No final
das contas, não foram exatamente as afinidades que fizeram surgir a amizade em
primeiro lugar?
Erro: Transformar críticas sobre suas escolhas uma ofensiva contra a sua pessoa. Você nunca
deixará de ser você. Só ficou inseguro. Não culpe o amigo. Agradeça-o.
3 – O TEMPO PASSA. ESTEJA PRESENTE: A mazela que diz que a amizade
verdadeira dura para sempre não inclui as condições: tempo X distância,
morte, facebook não conta e sair em
fotos de amigos ao longo dos anos também não torna ninguém amigo de ninguém. À
distância + tempo o que dura são as
lembranças e o carinho. Amizade é vivencial. Só existe para quem experimenta.
Nada impede que amizades ressurjam depois de longos períodos de inexistência,
mas isso é outra história. Isso mesmo: outra história... começa outra vez, pois
o tempo nos transforma. Não precisa se
preocupar em nutrir a amizade, não é isso, pois ser amigo já é o ato natural de zelar por
alguém, perguntar, contar oferecer apoio e ser apoiado.
ERRO: Achar que amizade é um perfil virtual que você nutre
com postagens.
4 – SINTA ORGULHO DO
SEU AMIGO:
Melhor não se levar
muito a sério achando que você é uma grande pessoa: sincera, franca, alegre,
detesta mentira e o maior defeito é ser boa demais. Guarde o sentimento de
admiração para o amigo. Certamente você não escolheria um desvalido para ser
seu leal companheiro. Porque de repente
sente que deve despreza-lo? Quando bater a crise, a confusão, o mal entendido e
a vontade de acabar com a amizade, lembre-as desse sentimento de orgulho que tem por ele e
verá que vale a pena dar energia para solucionar e manter a amizade.
ERRO: Conseguir achar motivo para descartar um grande amigo.
Um
Filme Pra Ilustrar
A Viagem à Itália (Trip to Italy)
Não faço ideia com que
nome foi lançado no Brasil, mas não ficaria surpreso se tiver sido algo como : “Uma
viagem muito louca” ou “Dois Aloprados na tália”. Mas não é.
O Filme vai na contra
mão do que a indústria internacional , em especial a Estadunidense , vem
produzindo sobre amizade entre homens: Até que se portam bem com as mulheres,
mas quando estão entre eles se tornam apenas adolescentes com mais de 30 anos,
com humor escatológico cujo os únicos
assuntos são suas genitálias, super-heróis, videogames e o que irão ingerir a seguir. Isso não representa homens de forma geral nem
em particular.
Esses
dois amigos interpretados por Steve Coogan
e Rob Brydon são seres que conversam. Na primeira versão de 2010 (The
Trip) com o mesmo elenco, os personagens falavam sobre filosofia, Woody Allen e
ABBA. Na nova versão, mudaram os cenários, mas a essência é a mesma.
Bom gosto, maturidade, diálogos deliciosos
e belas imagens.
Trip to Italy (2014)
Director: Michael Winterbottom